Cerimônia de despedida será na Capela 1, do Cemitério do Caju, a partir
das 8h. Corpo será cremado às 16h. Ator morreu na madrugada desta quarta, em
Uberlândia, Minas Gerais.
Por
G1 Rio
O velório do
ator Nelson Xavier está marcado para a manhã desta quinta-feira (11), na Capela
1, do Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. O corpo do ator deixou
Uberlândia (MG) no início da tarde desta quarta-feira (10) e chegou ao
aeroporto Santos Dumont por volta das 17h30.
O velório vai
começar às 8h e a cremação será às 16h, em uma cerimônia reservada para a
família. As informações são da assessoria de imprensa da TV Globo.
Nelson Xavier,
75 anos, morreu na madrugada desta quarta em um hospital de Uberlândia. O
artista nasceu em São Paulo, mas viveu boa parte de sua vida na capital
fluminense.
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Filha de Nelson Xavier (Foto: Reprodução/Facebook) |
Tereza Villela
Xavier, filha do ator, usou sua página no Facebook para falar sobre a perda do
pai.
"Lamento
informar a quem possa interessar que meu pai, Nelson Xavier, faleceu esta noite
em Uberlândia. Seu corpo será transferido, celebrado e cremado no Rio de
Janeiro em cemitério ainda não determinado. Agradeço desde já as mensagens de
apoio. Ele virou um planeta! Estrela ele já era. Fez tudo que quis, do jeito
que quis e da sua melhor maneira possível, sempre", escreveu ela.
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Nelson Xavier em "Lampião e Maria Bonita", de 1982 (Foto: Reprodução/TV Globo) |
Em 2014,
durante o Festival de Gramado, Nelson Xavier contou que fez tratamento contra o
câncer de próstata em 2004 e que estava livre da doença. Foi lá também que
recebeu o prêmio de melhor ator com "A despedida", um de seus últimos
trabalhos.
Nelson Xavier
já vinha sendo tratado em uma clínica de geriatria na cidade, prestadora de
serviço do Hospital Santa Genoveva. Segundo informações do hospital ao G1, ele deu entrada nesta terça-feira (9), às 10h57 e,
em seguida, transferido para um quarto particular. A morte, por volta das 0h45,
ocorreu após o agravamento de uma doença pulmonar.
"O ator
faleceu próximo a amigos e familiares. Estava com o semblante sereno",
disse o o médico geriatra Tiago Ferolla. O corpo foi encaminhado para uma
funerária do município e deve ser levado no início da tarde para o Rio de
Janeiro.
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O ator Nelson Xavier chega ao Cine Odeon para a exibição de 'Gonzaga - De pai para filho', de Breno Silveira (Foto: Alexandre Durão/G1)
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Perfil
Nelson Agostini
Xavier nasceu em São Paulo, em 30 de agosto de 1941. Chegou a cursar Direito,
mas a paixão pelo cinema mudo o estimulou a mudar de profissão. Nos anos 1950,
entrou para a Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo e também
para o Teatro de Arena – um dos mais importantes grupos de artes cênicas daquela
época.
Atuou, então,
em suas primeiras peças, entre elas "Eles não usam black-tie" (1958),
de Gianfrancesco Guarnieri, "Chapetuba Futebol Clube" (1959), de
Oduvaldo Vianna Filho, "Gente como a gente" (1959), de Roberto
Freire, e "Julgamento em Novo Sol" (1962), de Augusto Boal.
Nelson era
tímido e chegou a acreditar que não tinha vocação para as artes dramáticas,
queria trabalhar atrás das câmeras. “Eu tive muita dificuldade em começar a
fazer televisão. As máquinas eram enormes, eu tinha pavor, até tremia”, contou
ao site Memória Globo. Nessa época, também foi jornalista. Com o diretor
Eduardo Coutinho, trabalhou como revisor na revista "Visão", onde
passou a colaborar também como crítico de cinema e teatro.
Cinema e TV
Após o golpe
militar de 1964, que intensificou a censura ao teatro político, o ator passou a
estar mais presente no cinema. Até o fim dos anos 70, fez mais de 20 filmes,
entre eles "O ABC do amor" (1967), de Eduardo Coutinho, Rodolfo Kuhn
e Helvio Soto, "É Simonal" (1970) e "A culpa" (1972), de
Domingos de Oliveira; "Dona Flor e seus dois maridos" (1976), de
Bruno Barreto, e "A queda" (1978), de Ruy Guerra, que lhe rendeu um
Urso de Prata no Festival de Berlim.
Sua primeira
participação na TV foi como o personagem Zorba, na novela "Sangue e areia"
(1967), de Janete Clair. Seis anos depois, conseguiu seu primeiro grande papel,
em "João da Silva" (1973). Mas foi em 1982 que viveu um de seus
principais protagonistas, na primeira minissérie da Globo, "Lampião e
Maria Bonita", dirigida por Paulo Afonso Grisolli e baseada nos últimos
seis meses de vida de Virgulino Ferreira da Silva.
Na Bahia,
gravou a minissérie "O pagador de promessas" (1988), dirigida por
Tizuka Yamasaki, com autoria de Dias Gomes. Na trama, interpretou o gigolô
Bonitão, que tentava seduzir a mocinha Rosa (Denise Milfont). Nelson também fez
novelas, entre elas "Pedra sobre pedra" (1992), "Irmãos
coragem" (1995), "Senhora do destino" (2004) e
"Babilônia" (2015).
Em 2010, Nelson
interpretou Chico Xavier nos cinemas. Na época, o ator afirmou que havia vivido
ali seu melhor papel. "Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por
uma onda de amor tão forte, tão intensa, que levava às lágrimas”, contou Nelson
Xavier, que no longa viveu o líder espírita dos 59 aos 65 anos. “Nenhum dos
personagens que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”.
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